Sobre lugares de crimes e castigos: periferia e imaginário colonial

Ada Cristina Machado da Silveira e Isabel Padilha Guimarães

RESUMO: A discussão do imaginário promove uma aproximação com valores, seus mecanismos subjetivos e afetivos em textos midiáticos de gêneros distintos como o noticiário e o cinema. Trabalha-se a pertinência da categoria de cronotopo para abordar a forma específica de tratar narrativas sobre acontecimentos ocorridos em espaços periféricos, ao mesmo tempo em que se busca subverter a premissa da objetividade na sua produção. No caso do noticiário jornalístico e filmes nacionais sobre as periferias nacionais e metropolitanas há uma exploração de sua espacialidade enquanto lugares que recorrentemente evocam crimes e uma suposta prescrição de correspondentes castigos. Como resultado, encontramos a precedência do imaginário colonial enquanto mediação necessária e fonte de dotação de sentido nos textos midiáticos, o qual permite por em cheque a unicidade e linearidade aparentes.

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O noticiário sob a mão forte do Estado. Segregação midiática e controle do imaginário.

Ada Cristina Machado da Silveira

2011 – 2011 – XX COMPÓS: Porto Alegre /RS

GT – Imagem e Imaginários Midiáticos

RESUMO: O artigo analisa como o diálogo entre noções do imaginário midiático e do imaginário da cultura nacional permite aos processos comunicacionais noticiosos efetivar um controle do poder político sobre amplas camadas sociais pertencentes às periferias. Uma das principais características analisadas se manifesta pela armadilha da ambivalência significacional, a qual consideramos caracterizar um aspecto fundamental do enquadramento perseguido na cobertura de acontecimentos ocorridos em distintos espaços periféricos brasileiros. Obviadas em sua concretude e contexto histórico, as periferias metropolitanas tomadas como favelas são alinhadas a outras periferias como aquelas localizadas nas fronteiras internacionais. Seu noticiário conduz ao constrangimento de um imaginário policêntrico e que se encontra segregado. A ambivalência significacional incide discursivamente em processos tão distintos como o de segurança pública, de identificação e reconhecimento de si ou as relações internacionais.

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Ambivalência entre fronteiras e favelas: reconstrução sociossemiótica da cobertura jornalística sobre as periferias

Ada Cristina Machado da Silveira

RESUMO: A cobertura jornalística realizada por mídias nacionais sobre o cotidiano das periferias nacionais (fronteiras internacionais do Brasil) as mantém atreladas a um imaginário de situações recorrentes articulados pela ausência de estado, caos e violência que persiste mesmo com o fim da Ideologia de Segurança Nacional e da Guerra Fria. A mídia nacional observa prática semelhante quanto à cobertura de acontecimentos ocorridos nas periferias metropolitanas (favelas) o que, em certa medida, acaba por contaminar a cobertura que as mídias locais fronteiriças realizam de seu cotidiano. Para além do preceito canônico de informar com objetividade, o agenciamento jornalístico mantém a noticiabilidade sobre as periferias numa condição ambígua que enquadra seus acontecimentos indistintamente ou como alarmes de incêndio ou dispositivos panópticos que alertam continuamente a comunidade nacional/local para seus perigos. A investigação estuda como a reconstrução sócio-semiótica pode ajudar na compreensão da questão da ambivalência significacional interposta entre as periferias nacionais e metropolitanas. A interpretação sócio-semiótica da discursividade midiática permite entender como é que as alegorias da nação continuam a se constituir em limites político, social e cultural no mundo globalizado. E sua discursivização antes que representação de uma realidade insustentável e precária se faz expressiva das ambigüidades contidas neste início de sociedade global.

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